terça-feira, 19 de novembro de 2019

A morte de Baleia - Vidas Secas (Jornada UERJ part03).


Todos aqueles que já se aventuraram a ler essa obra de Graciliano Ramos muitas vezes comentam entre si somente sobre esse único estágio do livro,e todos aqueles com quem eu conversei antes de começar a ler esse livro disseram que essa é sem dúvida a parte mais triste do livro, e nesse texto apesar do meu grande amor por cachorros e apesar de eu entender muito bem o vínculo estabelecido entre a família de retirantes e aquele frágil animal,eu venho aqui me atrever a dizer que não chorei pela morte de Baleia,mas que senti em mim toda angústia reunida em Fabiano quando compreendi as razões dele e me deixei levar pelas condições centrais da história.




A cachorra já estava para morrer e havia sido acometida por uma doença de caráter aparentemente infeccioso e o dono não podia arriscar que a tal doença atingisse a ele e também aos outros três membros da família,o ato foi pensado de imediato e foi executado de forma dolorosa para todos em cena,até mesmo Sinhá Vitória que por um momento lamentou que o marido não tivesse esperado mais um dia para avaliar novamente se era mesmo necessária tal atitude,ao fim de tudo entendeu que a ação era a mais sensata e fez de tudo para proteger os meninos do horror que ali se manifestava. Fabiano teve o trabalho mais difícil suprimindo sua dor e tentando ser ligeiro no ato apontou diretamente para o rosto do animal na esperança de que a agonia cessasse com a velocidade de um raio,mas foi surpreendido por uma manobra de Baleia que desconfiada desviou da primeira tentativa dele,e o tiro que se produziu logo depois inutilizou a perna do animal causando o desespero no mesmo e em todos na casa,e a cachorra tentou fugir e teve a esperança de lutar e se defender mas havia perdido muito sangue e já estava fraca demais para continuar.

A imaginação do animal em seu momento derradeiro demonstrada pelo autor,é descrita como a de uma criança que desconhece o que realmente está acontecendo e logo depois luta para tentar voltar a seus afazeres e sem conseguir se deixa levar por ilusões doces e nostálgicas que a fazem descansar e aceitar tais condições aos poucos,deixando apenas a dor da lembrança de sua existência presente para manter o sentimento de ora culpa,ora conformação no pequeno grupo de retirantes.





A época em que a obra foi escrita e publicada também de certa forma justifica a atitude de Fabiano e nos faz ver que o compadecimento e o entendimento histórico do cenário apresentado são os sentimentos mais apropriados para a situação,e tendo em vista que pode ser exatamente esse o espectro escolhido pelo DESEA na formulação do assunto da proposta de redação presente na prova discursiva da UERJ eu espero que todos nós vestibulandos consigamos resumir em 30 linhas tudo o que essa parte da história nos diz em suas linhas e entre linhas. Aqui está cumprida minha promessa de retorno com esse texto antes da prova,Obrigada a todos pela leitura.




E eu volto para falar sobre Mia Couto.

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